quarta-feira, 16 de abril de 2008

Combate à dengue

É fundamental conscientizar as pessoas de que combater o mosquito da

dengue, além de responsabilidade dos órgãos governamentais que

deveriam encarregar-se do saneamento básico, abastecimento de água e

de campanhas educativas permanentes, requer empenho de toda a

sociedade, uma vez que o Aedes aegypti pode encontrar, em cada moradia

e arredores, ambiente propício para sua proliferação.

Considerando os dados levantados pela Fundação Nacional de Saúde de

que o mosquito vetor "foi erradicado duas vezes do Brasil, em 1955 e

1973, e que, com o relaxamento da vigilância entomológica ocorrido no

final da década de 70 e início dos anos 80, foi reintroduzido,

instalando-se definitivamente no país", conclui-se que o trabalho de

combate deve ser permanente e contínuo.

Desse modo, algumas medidas elementares podem ser tomadas individual e

coletivamente para auxiliar na erradicação do Aedes aegypti:

*       Vasos de flores ou plantas - a vasilha que fica sob o vaso para

recolher a água excedente deve ser mantida seca. Uma boa medida é

enchê-la com areia até a borda. A água dos vasos com flores deve ser

trocada a cada 2 ou 3 dias;

*       Pneus velhos - devem ser furados para eliminar a água que

eventualmente se acumule, guardados em lugar coberto ou jogados fora;

*       Caixas d'água - devem ser lavadas periodicamente e tampadas durante

todo o tempo;

*       Piscinas - o cloro da água das piscinas deve estar sempre no nível adequado;

*       Garrafas vazias - devem ser guardadas de cabeça para baixo, em

lugares cobertos e as tampas jogadas fora em sacos de lixo;

*       Recipientes descartáveis (copos, pratos, travessas, etc.) - devem

ser colocados em sacos de lixo para serem recolhidos pelos lixeiros;

*       Lixo - nunca deve ser jogado em terrenos baldios, ou nas ruas e

calçadas. Além disso, as latas de lixo devem estar sempre tampadas e

limpas;

*       Bebedouros de animais - precisam ser lavados e a água trocada

sistematicamente;

*       Depósitos de água - quaisquer que sejam os tipos e a finalidade a

que se destinam, se não for possível prescindir deles, devem ser

mantidos limpos e tampados com segurança;

*       Bromélias - algumas plantas armazenam água entre suas folhas e podem

tornar-se eventuais criadouros dos mosquitos. Entre elas, destacam-se

as bromélias cujo cultivo é comum nos jardins e residências.

Eliminá-las não resolveria o problema da dengue e poderia afetar o

equilíbrio ecológico.

Como é quase impossível retirar totalmente o grande volume de água que

se embrenha pelas folhas, a solução é diluir uma colher de sopa de

água sanitária em 1 litro de água limpa e regá-las duas vezes por

semana. Esse mesmo preparado pode servir para inibir a formação de

criadouros nos vasos de flores ou plantas com água.

Importante: Há quem afirme que a borra de café ou o fumo diluído em

água também seriam úteis para controlar o surgimento de criadouros nos

pratinhos sob os vasos ou na água retida pelas plantas. Em relação à

borra de café, essa eficácia não foi comprovada pelos testes

realizados no Laboratório de Pesquisas de Aedes aegypti do Serviço

Regional de Marília da Sucen.

Uso de repelentes e inseticidas

O aumento de casos de dengue trouxe algumas alterações nos hábitos das

pessoas que passaram a consumir mais repelentes de insetos e

inseticidas. No entanto, seu uso exige cuidado, porque podem causar

intoxicações e alergias especialmente em crianças pequenas. Nunca se

deve aplicá-los em bebês ou crianças com menos de 4 anos de idade.

É importante considerar, ainda, que vários tipos de inseticida apenas

afugentam os mosquitos de dentro dos domicílios e são ineficazes em

relação aos focos que estão nas redondezas. O mesmo acontece com os

produtos naturais à base de citronela e andiroba. Portanto, os

cuidados com os locais que eventualmente possam transformar-se em

criadouros não podem restringir-se aos períodos de chuva e calor,

época de maior incidência da dengue, nem à aplicação ocasional de

inseticidas e repelentes

Reprodução em água suja

Em Pernambuco, os biólogos Cleide Albuquerque e André Furtado

localizaram em Olinda e Recife respectivamente, em diferentes

ocasiões, larvas de Aedes aegypti em água que continha resíduos de

alimentos e de sabão. Por isso a população está sendo instruída para

não jogar larvas do mosquito em vasos sanitários ou canaletas, mas sim

na areia porque elas não sobrevivem em ambiente seco. Embora o achado

demande mais pesquisa e observação, pode ser sinal de que o mosquito

esteja desenvolvendo novo mecanismo de adaptação.

Bioinseticida

Segundo matéria de Luciana Miranda publicada no jornal "O Estado de

São Paulo", na Universidade Estadual Fluminense (RJ), está sendo

desenvolvido um novo bioinseticida para atacar as larvas do mosquito

da dengue que poderá substituir os larvicidas químicos. Seu componente

básico é a bactéria BTI (bacillus thuringiensis israelensis). Esse

microorganismo produz uma toxina que ataca as larvas do Aedes aegypti

sem prejudicar outros animais, seres humanos ou o equilíbrio

ecológico. As larvas do Culex e do Anopheles, mosquitos transmissores

de outras doenças, também são atacadas pela bactéria BTI. "O estudo

começou em dezembro passado e os pesquisadores esperam ter os

primeiros resultados nos próximos dois anos".

Fonte: http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/dengue_combate.asp

Colaboração: Leonice Jorge

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