É fundamental conscientizar as pessoas de que combater o mosquito da
dengue, além de responsabilidade dos órgãos governamentais que
deveriam encarregar-se do saneamento básico, abastecimento de água e
de campanhas educativas permanentes, requer empenho de toda a
sociedade, uma vez que o Aedes aegypti pode encontrar, em cada moradia
e arredores, ambiente propício para sua proliferação.
Considerando os dados levantados pela Fundação Nacional de Saúde de
que o mosquito vetor "foi erradicado duas vezes do Brasil, em 1955 e
1973, e que, com o relaxamento da vigilância entomológica ocorrido no
final da década de 70 e início dos anos 80, foi reintroduzido,
instalando-se definitivamente no país", conclui-se que o trabalho de
combate deve ser permanente e contínuo.
Desse modo, algumas medidas elementares podem ser tomadas individual e
coletivamente para auxiliar na erradicação do Aedes aegypti:
* Vasos de flores ou plantas - a vasilha que fica sob o vaso para
recolher a água excedente deve ser mantida seca. Uma boa medida é
enchê-la com areia até a borda. A água dos vasos com flores deve ser
trocada a cada 2 ou 3 dias;
* Pneus velhos - devem ser furados para eliminar a água que
eventualmente se acumule, guardados em lugar coberto ou jogados fora;
* Caixas d'água - devem ser lavadas periodicamente e tampadas durante
todo o tempo;
* Piscinas - o cloro da água das piscinas deve estar sempre no nível adequado;
* Garrafas vazias - devem ser guardadas de cabeça para baixo, em
lugares cobertos e as tampas jogadas fora em sacos de lixo;
* Recipientes descartáveis (copos, pratos, travessas, etc.) - devem
ser colocados em sacos de lixo para serem recolhidos pelos lixeiros;
* Lixo - nunca deve ser jogado em terrenos baldios, ou nas ruas e
calçadas. Além disso, as latas de lixo devem estar sempre tampadas e
limpas;
* Bebedouros de animais - precisam ser lavados e a água trocada
sistematicamente;
* Depósitos de água - quaisquer que sejam os tipos e a finalidade a
que se destinam, se não for possível prescindir deles, devem ser
mantidos limpos e tampados com segurança;
* Bromélias - algumas plantas armazenam água entre suas folhas e podem
tornar-se eventuais criadouros dos mosquitos. Entre elas, destacam-se
as bromélias cujo cultivo é comum nos jardins e residências.
Eliminá-las não resolveria o problema da dengue e poderia afetar o
equilíbrio ecológico.
Como é quase impossível retirar totalmente o grande volume de água que
se embrenha pelas folhas, a solução é diluir uma colher de sopa de
água sanitária em 1 litro de água limpa e regá-las duas vezes por
semana. Esse mesmo preparado pode servir para inibir a formação de
criadouros nos vasos de flores ou plantas com água.
Importante: Há quem afirme que a borra de café ou o fumo diluído em
água também seriam úteis para controlar o surgimento de criadouros nos
pratinhos sob os vasos ou na água retida pelas plantas. Em relação à
borra de café, essa eficácia não foi comprovada pelos testes
realizados no Laboratório de Pesquisas de Aedes aegypti do Serviço
Regional de Marília da Sucen.
Uso de repelentes e inseticidas
O aumento de casos de dengue trouxe algumas alterações nos hábitos das
pessoas que passaram a consumir mais repelentes de insetos e
inseticidas. No entanto, seu uso exige cuidado, porque podem causar
intoxicações e alergias especialmente em crianças pequenas. Nunca se
deve aplicá-los em bebês ou crianças com menos de 4 anos de idade.
É importante considerar, ainda, que vários tipos de inseticida apenas
afugentam os mosquitos de dentro dos domicílios e são ineficazes em
relação aos focos que estão nas redondezas. O mesmo acontece com os
produtos naturais à base de citronela e andiroba. Portanto, os
cuidados com os locais que eventualmente possam transformar-se em
criadouros não podem restringir-se aos períodos de chuva e calor,
época de maior incidência da dengue, nem à aplicação ocasional de
inseticidas e repelentes
Reprodução em água suja
Em Pernambuco, os biólogos Cleide Albuquerque e André Furtado
localizaram em Olinda e Recife respectivamente, em diferentes
ocasiões, larvas de Aedes aegypti em água que continha resíduos de
alimentos e de sabão. Por isso a população está sendo instruída para
não jogar larvas do mosquito em vasos sanitários ou canaletas, mas sim
na areia porque elas não sobrevivem em ambiente seco. Embora o achado
demande mais pesquisa e observação, pode ser sinal de que o mosquito
esteja desenvolvendo novo mecanismo de adaptação.
Bioinseticida
Segundo matéria de Luciana Miranda publicada no jornal "O Estado de
São Paulo", na Universidade Estadual Fluminense (RJ), está sendo
desenvolvido um novo bioinseticida para atacar as larvas do mosquito
da dengue que poderá substituir os larvicidas químicos. Seu componente
básico é a bactéria BTI (bacillus thuringiensis israelensis). Esse
microorganismo produz uma toxina que ataca as larvas do Aedes aegypti
sem prejudicar outros animais, seres humanos ou o equilíbrio
ecológico. As larvas do Culex e do Anopheles, mosquitos transmissores
de outras doenças, também são atacadas pela bactéria BTI. "O estudo
começou em dezembro passado e os pesquisadores esperam ter os
primeiros resultados nos próximos dois anos".
Fonte: http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/dengue_combate.asp
Colaboração: Leonice Jorge